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Após processo, frigorífico retira post de Leonardo do Instagram

Foto divulgação O perfil no Instagram do Frigorífico Goiás amanheceu nesta segunda-feira (7/4) sem o destaque com o nome do cantor Leonardo,...

Foto divulgação

O perfil no Instagram do Frigorífico Goiás amanheceu nesta segunda-feira (7/4) sem o destaque com o nome do cantor Leonardo, que era mantido no alto da página até sexta-feira (4/4) pelo menos, conforme checagem da reportagem.

A empresa é alvo de ação judicial por danos morais, protocolada em março pelos advogados do sertanejo no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Eles questionam o uso indevido da imagem do cantor pelo frigorífico para divulgar e lucrar com a venda de kits de churrasco.

Até sexta, o destaque com o nome “Leonardo” aparecia na página, conforme print feito pelo Metrópoles. A publicação referente ao cantor era mantida entre os destaques do sertanejo Gusttavo Lima e do empresário Rafael Vannucci. Veja:

No sábado (5/4), o Metrópoles revelou, em primeira mão, detalhes da ação movida pela defesa de Leonardo contra a empresa. No mesmo dia, o empresário dono do Frigorífico Goiás, Leandro Batista da Nóbrega, disse que o cantor havia entrado em contato com ele, dizendo que retiraria o processo.

Em entrevista ao Metrópoles, na coluna Grande Angular, Nóbrega relatou: “Ele [Leonardo] me disse que não sabia [do processo] e que foi ideia da assessoria. Mandou tirar o processo e demitiu o responsável”. Nesta segunda, no entanto, após a repercussão do caso, a página da empresa no Instagram aparece sem o destaque referente ao sertanejo:

Entenda o caso

Conforme a ação protocolada pelos advogados de Leonardo no dia 11 de março deste ano, o cantor e a empresa Talismã, da qual ele é dono e que detém os direitos de uso da imagem do sertanejo, pleiteiam uma indenização de R$ 600 mil pelo dano causado.

“A empresa requerida tem se utilizado de forma ilegítima e desautorizada das imagens do ‘cantor Leonardo’ para auferir lucro de forma indevida”, diz o texto da petição.

Tudo começou em 2020, quando o cantor recebeu em casa um presente do Frigorífico Goiás, que era uma caixa com peças de carnes para churrasco. Como forma de agradecimento, Leonardo publicou o “recebido” nas redes sociais e uma foto segurando a caixa. A postagem, inclusive, foi republicada pelo perfil da empresa, à época.

Até hoje, no entanto, conforme ata notarial registrada em cartório no dia 28 de fevereiro deste ano e inserida na petição do caso, o frigorífico segue utilizando a imagem do sertanejo, feita em 2020, para promover, sem autorização dele, kits de churrasco na rede social e até no site da empresa. Veja:

Imagem de Leonardo sendo utilizada pelo Frigorífico Goiás para vender kits de churrasco pelo site

Tutela de urgência

Os advogados de Leonardo pedem tutela de urgência para o caso, ou seja, antes mesmo do julgamento do mérito, eles pedem que a empresa pare de utilizar e explorar a imagem do cantor por qualquer forma ou meio de divulgação e que, assim que notificada, ela providencie a retirada da imagem do sertanejo de qualquer negócio, produto ou serviço oferecido em um prazo improrrogável de 24 horas.

“Absurdo uma empresa de tão alta reputação locupletar-se às custas da boa fama e renome que o artista Leonardo construiu ao longo de sua vida profissional, circunstâncias com as quais não podemos concordar, e o Judiciário deve rechaçar”, afirma a defesa do cantor na petição.

Nossa redação entrou em contato com a assessoria do sertanejo e aguarda um posicionamento sobre o caso.

Frigorífico da “Picanha do Mito”

O Frigorífico Goiás já teve como sócio o também cantor sertanejo Gusttavo Lima. Em 2022, no dia da eleição, a empresa lançou promoção de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), vendendo peças de picanha por R$ 22, número dele na disputa eleitoral, o que gerou tumulto na porta do estabelecimento, em Goiânia (GO), e resultou na morte de uma mulher, que passou mal no meio da multidão.

O frigorífico foi alvo de determinação judicial para suspender a promoção, sob pena de multa de R$ 10 mil por hora. A Justiça entendeu que houve “conduta possivelmente abusiva do poder econômico em detrimento da legitimidade e isonomia do processo eleitoral”.

Dias depois, em ação do Procon no local, foram encontrados produtos vencidos e carnes sem data de validade. O estabelecimento foi autuado.

Até hoje, a empresa associa os produtos a políticos de direita. A “picanha do Bolsonaro” segue sendo comercializada, com a imagem do ex-presidente estampada na embalagem, assim como opções que possuem a imagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Argentina, Javier Milei.

Da redação do Conexão Correio com Metrópoles

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