Imagem ilustrativa: Arte Gil Moura A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) inicia, nesta segunda-feira (14/10), seu exercício nuc...
Imagem ilustrativa: Arte Gil Moura |
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) inicia, nesta segunda-feira (14/10), seu exercício nuclear anual, o Steadfast Noon, que desta vez representa um recado velado ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.
“A dissuasão nuclear é a pedra angular da segurança dos Aliados”, disse o secretário-geral da Otan, Mark Rutte. “Steadfast Noon é um teste importante da dissuasão nuclear da Aliança e envia uma mensagem clara a qualquer adversário de que a Otan protegerá e defenderá todos os Aliados”, frisou.
O início da atividade militar foi anunciada por Mark Rutte durante visita a Londres na última quinta-feira (10/10).
Ao todo, o exercício nuclear contará com 2 mil militares de oito bases aéreas de países-membros da Otan e mais de 60 aeronaves. A simulação será realizada na Bélgica e na Holanda. Voos sobre a Dinamarca, o Reino Unido e o Mar do Norte também estão programados.
Apesar de transportarem ogivas nucleares dos Estados Unidos, as aeronaves não vão carregar armas reais. A previsão é que o exercício dure duas semanas.
Mesmo que o representante da Otan não cite a Rússia diretamente, analistas ouvidos pelo Metrópoles afirmam que o exercício é um aviso claro ao governo de Vladimir Putin, que desde o começo da guerra na Ucrânia aumentou não só a retórica nuclear como também seu arsenal de armas de destruição em massa.
“Desde o começo da guerra na Ucrânia, em diversos momentos os russos têm colocado a questão da hipótese nuclear no tabuleiro geopolítico da Europa. Isso tem forçado a Otan a criar medidas de resposta, incluindo uma atualização da sua doutrina de emprego de armas nucleares”, explica Sandro Teixeira Moita, professor da Escola do Comando e Estado-Maior do Exército do Brasil. “O que estamos vendo agora é uma retomada de exercícios que eram feitos até os anos 1980 e tinham sido deixados de lado, dando espaço para o lado das forças convencionais da guerra. Mas, agora, a Otan tem voltado a aventar a possibilidade de uma guerra nuclear ou de como responder a um ataque nuclear russo”, completa o especialista.
O governo de Vladimir Putin se pronunciou publicamente sobre a atividade após o anúncio do chefe da Otan, dizendo que a aliança segue um caminho “extremamente perigoso”.
“Como resultado das políticas destrutivas do Ocidente, o nível de perigo nuclear aumentou seriamente”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado. “Alertamos os Estados Unidos e outros membros da Otan para que recuperem o bom senso e compreendam completamente as consequências catastróficas de seu curso extremamente perigoso”, salientou.
Movimentação da Otan contra Rússia
O Steadfast Noon é a segunda maior atividade militar da Otan em 2024. A primeira delas aconteceu entre janeiro e maio deste ano, quando a aliança realizou a mais significativa convocação de soldados desde a Guerra Fria para exercícios conjuntos.
Participaram da atividade cerca de 90 mil soldados dos 32 estados-membros, mais de 80 aeronaves, 50 navios de guerra e 1,1 mil veículos de combate, como tanques. Apesar de classificar o movimento como a simulação de uma resposta da Otan a um ataque rival, o exercício foi visto como uma simulação de guerra contra a Rússia.
O governo de Vladimir Putin, no entanto, enxergou a movimentação como preparação para conflito direto com a Rússia.
Da redação do Conexão Correio com Metrópoles
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