Foto vídeo reprodução Câmeras de segurança registraram policiais militares agredindo clientes de uma adega em Ribeirão Preto, no interior de...
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Câmeras de segurança registraram policiais militares agredindo clientes de uma adega em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, durante uma ocorrência de perturbação de sossego, no último dia 15. Os PMs foram afastados das ruas.
Imagens mostram o momento em que eles arrombam a porta do estabelecimento com chutes. Logo ao entrar, derrubam um balcão. Na sequência, em um corredor, os PMs abordam três clientes. Com as mãos na cabeça, os homens recebem empurrões e tapas. Um deles leva 17 golpes de cassetete, sem oferecer qualquer resistência.
Em outro registro, dois casais, que seriam o dono da adega e seus familiares, discutem com os policiais dentro de uma sala. Ao lado deles, há outros dois clientes com as mãos na cabeça. Durante a confusão, um PM joga no chão o celular do filho do proprietário do local e o agride com tapas e empurrões. As mulheres também são empurradas e atingidas pelas cacetadas distribuídas pelos agentes.
Além das agressões, um PM chega a apontar uma arma de gás lacrimogêneo para uma das mulheres.
Investigação
A Polícia Militar (PM) investiga a conduta dos policiais envolvidos no episódio. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a PM foi acionada para atender uma ocorrência de perturbação e disparo de arma de fogo em via pública. No local, que fica na periferia de Ribeirão Preto, ocorria um baile funk.
“Durante a intervenção, as equipes foram hostilizadas por populares e agredidas com rojões e bombas por dois homens, que se refugiaram em um estabelecimento comercial”, informou a SSP, em nota.
Os dois homens que utilizaram bombas foram detidos e encaminhados à Central de Polícia Judiciária, segundo a polícia.
“Cenas de terror”
As imagens mostram gritos de desespero dentro da adega em meio a ameaças e agressões. Ao Fantástico, da TV Globo, o filho do dono da adega falou sobre o episódio de violência. “Não ofereci nenhum tipo de reação. Todo momento com a mão na cabeça. Cenas de terror de pessoas que a gente imaginava que deveriam ser nossos heróis”, disse o rapaz, que pediu para não ser identificado.
O dono da adega contou que foi muito agredido em um cômodo onde não há monitoramento por câmeras. “O policial começa a me bater, me bater. E eu só seguro o meu filho [de 6 anos] para o PM não acertar ele. A minha filha [de 13 anos] desmaiou”, contou o dono da adega.
De acordo com a SSP, ao tomar conhecimento das imagens, “a Polícia Militar determinou a imediata investigação dos fatos e remanejou os agentes envolvidos para funções administrativas”. “A instituição não tolera excessos ou desvios de conduta, punindo com rigor toda e qualquer irregularidade comprovada”, disse a pasta.
A secretaria disse, ainda, que na adega foram apreendidas cinco máquinas caça-níqueis, cartões de memória e mais de R$ 600 em espécie. O caso foi registrado como resistência e contravenção penal (jogos de azar). Foram solicitados exames periciais, incluindo corpo de delito a todos os envolvidos.
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