Divulgação / PCDF A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) levou quase dez anos para identificar e prender João Batista Aquino Pereira (fo...
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) levou quase dez anos para identificar e prender João Batista Aquino Pereira (foto em destaque), de 37 anos, acusado de cometer dois estupros. Um item inusitado foi peça-chave na identificação do bandido: uma pochete furtada.
A prisão de João Batista, realizada em 10 de setembro último, é resultado do trabalho conjunto da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher 1 (Deam 1) e do Instituto de Pesquisa e DNA Forense (IPDNA).
Segundo a delegada-chefe da Deam 1, Adriana Romana, o primeiro crime ocorreu em 2014. O estuprador em série escalou um prédio, invadiu um apartamento no 1º andar e violentou uma mulher. O material genético foi recolhido, mas os investigadores não conseguiram chegar à identidade do suspeito.
Em 2019, o criminoso escalou uma casa no Cruzeiro e estuprou uma adolescente de 17 anos. Antes deste crime, ele furtou itens de um prédio no Sudoeste Econômico. Um dos bens levados foi uma pochete. E o criminoso esqueceu o assessório na casa da adolescente violentada.
Exames forenses de DNA no IPDNA confirmaram que se tratava do mesmo suspeito. Mas os investigadores ainda não tinham conseguido descobrir a identidade. Até então, João não tinha documentos, pois vivia nas ruas.
Tocantins
Em 2022, de acordo com a delegada, João fez a solicitação da carteira de identidade e da certidão de nascimento para ter acesso a benefícios sociais. Neste momento, os investigadores conseguiram identificá-lo. Mas o acusado deixou o DF para ir morar em Tocantins. Segundo a PCDF, lá ele praticou crimes como furto e roubo.
Em 2024, a PCDF recebeu a informação de que ele voltou para a capital federal. Policiais o prenderam em setembro. A Deam 1 encaminhou o suspeito ao IPDNA para coleta de amostra biológica e comparação do respectivo perfil genético com os perfis genéticos presentes nos crimes, o que possibilitou a identificação do autor dos crimes.
Segundo Romana, as provas contra o acusado são robustas. “Ele não apresenta nenhum tipo de remorso ou consideração a esses fatos. Ele, simplesmente, disse que não se lembra, mas se aconteceu, aconteceu e ele vai responder”, contou.
A PCDF não descarta a existência de mais vítimas. Denúncias podem ser feitas pelo 197.
92
O trabalho do IPDNA identificou 92 estupradores em série. Segundo o diretor do instituto, Samuel Ferreira, os criminosos violentaram 262 vítimas.
“É importante que a vítima faça o o boletim de ocorrência e seja realizado o exame de corpo. Porque é naquele momento que existe a possibilidade de coletar vestígios. E a partir desses vestígios deixados pelo agressor no corpo da vítima é que são realizados de DNA para se comparar com os suspeitos”, comentou Samuel Ferreira.
De acordo com o diretor do IPDNA, os estudos apontam que quando um indivíduo é acusado por pelo menos dois estupros ele é classificado como um estuprador em série.
“É importante informar que o banco de perfil genético da PCDF está integrado nacionalmente. Hoje em dia, o país dispõem de uma rede integrada com bancos de perfis genéticos em todos os estados e da Polícia Federal. É possível identificar autores de crimes seriais em diversos estados”, comentou.
Segundo Samuel, nos últimos cinco anos o IPDNA identificou mais de dez casos, em que o autor praticou crimes no DF, São Paulo Minas Gerais e Goiás. A tecnologia possibilitou a identificação não só de crimes cometidos em Brasília, mas também em outros estados.
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