Jonatas Martins/Metrópoles Com muita emoção e tristeza, familiares e amigos se despediram do delegado aposentado Luiz Ricardo e Silva , 57 a...
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Com muita emoção e tristeza, familiares e amigos se despediram do delegado aposentado Luiz Ricardo e Silva , 57 anos, que foi assassinado com três tiros na cabeça na última sexta-feira (6/9). O corpo foi velado na tarde deste domingo (8/9) durante cerimônia que ocorreu na capela 1 do cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga (DF).
Fernando Carvalho, 50 anos, conhecia o delegado há quase quatro décadas e lembra do amigo de infância como um verdadeiro exemplo. “O Ricardo é um cara do mundo, honrado em tudo que a gente fez na vida. Ele era um exemplo para todos porque ele foi o primeiro a passar na universidade, passou para delegado. A gente apresentava para o pai da gente, falando: ‘Olha aqui o nosso amigo delegado’. Ele não acreditava, pedia para ver o distintivo”, relembra.
Fernando conta que eles se reuniram pela última vez no dia 10 de agosto: “Eu perdi meu pai, perdi minha esposa, sou viúvo. Chorei, pensei que eu não ia chorar mais, não. Agora, eu chorei pra caramba. A gente se reúne todo ano em casa. Ontem pegamos todo mundo, meus amigos, a gente fez uma homenagem para ele, a oração. Você é doido, como é que acontece um negócio desse? A gente não tem nem o que falar”.
O velório reuniu alguns integrantes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), incluindo agentes do Departamento de Operações Especiais (DOE), que ficaram consternados com a perda do colega de profissão. “Nunca vi ele brigando com ninguém. […] Agora é uma perda irreparável. Perdemos um amigo, perdemos um irmão, perdemos um pai”, relata um amigo que se tornou policial por conta do delgado.
Luiz Ricardo e Silva foi atingido na cabeça com três disparos dados por Kayky Bastos Ferreira, 20 anos, jovem que trabalhava como garçom em um bar no Gama. Kayky passou a noite com Luiz na casa do delegado, em Vicente Pires. Após matar o delegado, o autor deixou a residência dirigindo o carro da vítima.
Imagens de câmeras de segurança, obtidas em primeira mão pela coluna Na Mira, flagraram o momento exato em que Kayky deixa a casa do delegado. O registro foi feito pouco depois das 7h deste sábado (7/9), logo após o crime.
Frieza e ironia
Kayky foi preso pela Polícia Militar do DF (PMDF) horas depois de matar o delegado. Frio e sem demonstrar remorso, o jovem não soube explicar aos policiais o que motivou o latrocínio. “Não sei por que matei. Eu tinha uma festa para organizar e nem imaginei que seria preso”, disse o autor, durante interrogatório na 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires), que investiga o caso.
O jovem é proprietário de um bar no Gama. Segundo a 38ª DP, ele usou cartões de crédito do delegado para comprar bebidas, transportou funcionários do estabelecimento no veículo roubado e mentiu para a namorada afirmando que teria “comprado” o Corolla que pertencia a Luiz Ricardo.
Passo a passo
Na noite anterior ao crime, o delegado foi até a casa da mãe, onde buscou alguns mantimentos para tomar café no dia seguinte. Ele estava na companhia de Kayky, que chegou a trocar algumas palavras com a idosa de 83 anos.
Após acordar, por volta de 7h, o assassino levantou, tomou um copo de água na cozinha e resolveu matar Luiz Ricardo. “Ele sabia que a pistola .40 estava na mochila do delegado. A vítima ainda dormia, e o quarto estava escuro. O criminoso encostou o cano da arma próximo da cabeça do delegado e disparou três vezes. Depois, ele guardou a pistola na mochila, pegou cartões de crédito, cerca de R$ 700 em dinheiro e foi trabalhar”, disse o delegado, Pablo Aguiar, da 38ª DP.
Da redação do Conexão Correio com Metrópoles
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