Foto: Hugo Barreto/Metrópoles A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro começa...
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro começa a série de depoimentos nesta terça-feira (20/6), com o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques. Ele comparece à CPI do 8/1 no papel de testemunha.
Silvinei chegou ao Senado por volta das 9h e disse que “vai ser um dia legal. Vamos acompanhar, estamos preparados para falar 10h, 15h”
A decisão sobre quais seriam os primeiros ouvidos foi tomada na última quarta (14/6), durante reunião da mesa da colegiado. A sessão seguinte, em 22 de junho, será para colher o depoimento de outro convocado: George Washington de Oliveira Sousa, um dos envolvidos na tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto de Brasília, em dezembro do ano passado. Washington foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão.
Os convocados, na condição de testemunha, são obrigados a comparecer à comissão para prestar informações. Os investigados, no entanto, têm o direito de recusar a participação.
A comissão estava marcada para começar às 9h.
Quem é o ex-diretor da PRF
Silvinei Vasques é investigado pelo Ministério Público Federal devido a uma operação da PRF realizada, no domingo das eleições presidenciais, nas estradas. O ex-diretor-geral também chegou a ser intimado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para esclarecer as operações policiais relacionadas ao transporte de eleitores no segundo turno das eleições.
A PRF realizou mais de 500 operações no transporte de eleitores, que foram suspensas após pedido da Justiça Eleitoral.
De acordo com o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, as operações não impediram eleitores de chegarem aos seus locais de votação.
Ex-diretor da PRF e natural de Ivaiporã, no Paraná, Silvinei Vasques faz parte dos quadros da PRF desde 1995 e já exerceu atividades de gerência e comando em diversas áreas do órgão. Ele foi superintendente nos Estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro, e atuou como Coordenador-Geral de Operações. Também foi Secretário Municipal de Segurança Pública e de Transportes no município de São José, em Santa Catarina, em 2007 e 2008.
Ele assumiu o cargo de diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em abril de 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro. A exoneração aconteceu em 20 de dezembro.
Aliado do ex-presidente
Em 30 de outubro, Vasques usou as redes sociais para pedir votos a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Em publicação no story do Instagram, ele divulgou uma imagem da bandeira do Brasil, com a seguinte mensagem: “Vote 22. Bolsonaro presidente”. Ele apagou o post horas depois.
Sob investigação
Em novembro, Silvinei prestou depoimento na PF para explicar as blitze feitas pela PRF durante as eleições presidenciais. O TSE havia vetado tais práticas no dia do pleito justamente para não comprometer o processo. Mesmo assim, policiais rodoviários federais teriam executado as ações sob orientação de ofício expedido pelo diretor-geral da corporação.
As ações, realizadas em diversas estradas, contaram com maior atuação no Nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais votos.
Em vídeos que circularam no dia das eleições, vários eleitores nordestinos em transporte público se queixaram de que não estariam conseguindo chegar aos locais de votação. Após a repercussão de imagens que mostram agentes impedindo o trânsito de eleitores, o termo “Deixem o Nordeste Votar” ficou em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter.
Também em novembro, Silvinei Vasques virou réu por improbidade administrativa na Justiça Federal do Rio de Janeiro. O Ministério Público Federal (MPF) protocolou o pedido sob a alegação de que o chefe da corporação fez uso indevido do cargo.
Da redação do Conexão Correio com Metrópoles
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