Porque postos em Fortaleza cobram mesmo valor pela gasolina; entenda - Conexão Correio

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Porque postos em Fortaleza cobram mesmo valor pela gasolina; entenda

Imagem ilustrativa: Foto Gil Moura Há um fenômeno peculiar no mercado de revenda de combustíveis em Fortaleza. Nas últimas semanas, praticam...

Imagem ilustrativa: Foto Gil Moura

Há um fenômeno peculiar no mercado de revenda de combustíveis em Fortaleza. Nas últimas semanas, praticamente todos os postos escolheram o mesmo valor para o litro da gasolina comum: R$ 6,49 — após um reajuste brusco, de mais de 80 centavos.

Chama atenção essa uniformidade no preço, idêntico até nos números que aparecem após a vírgula.

A reportagem do Diário do Nordeste circulou por vários bairros da Capital nos últimos dias e se deparou com um valor quase unânime, esses famigerados R$ 6,49 (para pagamentos no débito, dinheiro e Pix).

As exceções foram dois postos, um na Av. Barão de Studart com Rua Júlio Siqueira, outro na Rogaciano Leite, onde o letreiro mostrava R$ 6,47.

Imagine ir a dezenas de supermercados e encontrar exatamente os mesmos preços nos produtos? Seria, no mínimo, de causar estranheza.

Cadê a competitividade?

Esse tipo de "coincidência", por si só, desafia os preceitos básicos da livre concorrência. Em um ambiente minimamente competitivo, seria natural esperar alguma variação de preços, reflexo de custos diferentes, estratégias comerciais, volumes de venda, margens distintas, entre outros fatores. Mas o que se vê em Fortaleza é um alinhamento perfeito na precificação. Antes do último aumento, vale frisar, havia uma diversidade considerável de preços.

Custa crer que da noite para o dia, cada revendedor estipulou, espontaneamente, preços idênticos, ainda mais considerando que nem todos adquirem os combustíveis da mesma distribuidora. 

A ausência de variedade nos preços afeta diretamente o consumidor, que perde qualquer margem de escolha, sobretudo nos últimos dias, com um feriadão, que costuma demandar mais combustível para longas viagens.

Essa não é a primeira vez que o fenômeno ocorre. Em dezembro de 2023, o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon) do Ministério Público do Estado do Ceará fiscalizou cem postos e encontrou variação de preços em apenas cinco. O relatório foi encaminhado ao Gaeco — Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas — por suspeitas de prática de cartel.

O cenário atual, mais uma vez, reforça a necessidade de vigilância. Cabe às autoridades de defesa do consumidor garantir o funcionamento saudável do mercado para todas as partes que o compõem.

Da redação do Conexão Correio com Diário do Nordeste

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